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Diferencial das PMEs de sucesso não está no produto, revela estudo

Liderança carismática é a chave para o sucesso em pequenas e médias empresas

Liderança carismática é o estilo que mais impulsiona engajamento e desempenho em pequenas e médias empresas (PMEs). A conclusão é de um estudo recentemente publicado na revista Nature, uma das publicações científicas mais respeitadas no mundo, que analisou 231 funcionários no Malawi e mostrou que a forma de liderar tem impacto direto nos resultados.

O levantamento identificou ainda que a liderança democrática também promove ganhos importantes, enquanto a autocrática, de forma surpreendente, pode trazer bons resultados, mas em contextos de crise.

No Brasil, as PMEs têm papel fundamental: segundo o Sebrae, representam 99% dos negócios do país, respondem por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam mais da metade da força de trabalho formal. Nesse cenário de alta competitividade e recursos limitados, conforme a pesquisa, o estilo de liderança adotado faz diferença entre prosperar ou ficar pelo caminho.

Para a consultora de RH Bia Tartuce, o estudo confirma o que já se observa na prática do dia a dia das empresas aqui no Brasil. Ela explica que a liderança carismática vai além da figura do “bom chefe” e se torna fonte de inspiração.

“Em muitas PMEs, os salários não são os mais competitivos. O que retém talentos é a conexão emocional, o propósito. Esse vínculo engaja mais do que qualquer processo burocrático”, afirma.

O modelo democrático também merece atenção, de acordo com a pesquisa. Ao incluir os funcionários nas decisões, o gestor cria um sentimento de pertencimento que se traduz em inovação. “Pode parecer mais lento, mas o resultado é uma equipe que não apenas executa tarefas, e sim constrói soluções junto com o líder”, diz a psicóloga Bia Tartuce.

O resultado mais inesperado do estudo, porém, vem do estilo autocrático. Embora seja tradicionalmente associado a ambientes rígidos e pouco motivadores, o estudo mostrou que ele pode ter efeito positivo em situações específicas.

“Não se trata de ser autoritário, e sim de oferecer estrutura e clareza quando a pressão é alta ou a equipe ainda não tem maturidade. O problema é usar esse formato em todos os momentos, com todos os times”, alerta Tartuce, que também é mentora de carreira.